Chá com Mussolini (Tea with Mussolini, 1999)

Na região da Florença, na Itália, em Junho de 1935, o menino Luca (Charlie Lucas), órfão de mãe e rejeitado pelo pai, é adotado por Mary Wallace (Joan Plowright), a secretária inglesa do pai do menino. Com a intenção de transformar Luca em um cavalheiro, Mary conta com a ajuda de Arabella (Judi Dench), a arqueóloga americana Georgie (Lily Tomlin) e a colecionadora de arte Elsa Morganthal (Cher), que deposita uma quantia em dinheiro em um fundo para a educação de Luca.

Com o início da rejeição a estrangeiros (especialmente ingleses) na Itália, Hester Random (Maggie Smith), viúva de um embaixador, toma um chá com o ditador Mussolini e tenta convencê-lo a não hostilizar as senhoras inglesas que vivem em Florença, conhecidas como "Scorpionis", e Mussolini garante a Lady Random que o grupo não será afetado.

Para proteger Luca, Mary, a pedido do pai de Luca, o manda para a Áustria, com o dinheiro que Elsa lhe deu, para estudar alemão e fugir da inevitável guerra. Mary, Arabella, Georgie, Hester e as outras Scorpionis se refugiam em uma casa, contando com a garantia de Mussolini de que não seriam atacadas.

Cinco anos depois, Mussolini declara guerra à Inglaterra e todos os ingleses residentes na Itália devem ser deportados. As Scorpionis não aceitam, e por isso vão presas. Enquanto isso, Luca retorna à Itália e, ao descobrir que as mulheres que o acolheram estão em perigo, conta com a ajuda de Elsa para ajudá-las.

 O filme se passa na Itália no período da Segunda Guerra Mundial. Diferente da maioria dos filmes que falam sobre a Guerra, "Chá com Mussolini" trata da Guerra sob o contexto do Fascismo, e não do Nazismo como muitos outros filmes.

A história do filme é baseada na história do próprio diretor Franco Zeffirelli. As Scorpionis são baseadas em pessoas reais que Zeffirelli conheceu durante sua infância, em Florença.


Maggie Smith recebeu um BAFTA de Melhor Atriz Coadjuvante por sua participação nesse filme.

Trailer:



Tea with Mussolini
Direção: Franco Zeffirelli
Roteiro: John Mortimer e Franco Zeffirelli
Elenco: Joan Plowright, Judi Dench, Maggie Smith, Cher, Lilly Tomlin, Charlie Lucas e Baird Wallace

Recomendo? Sim
Nota: 4,5/5

A Rainha (The Queen, 2006)

Pouco tempo depois da eleição de Tony Blair (Michael Sheen) como Primeiro-Ministro, a Inglaterra se vê chocada com a morte da princesa Diana, em Paris. A Rainha Elizabeth II (Helen Mirren) e sua família estão de férias no Castelo de Balmoral, e ao receber a notícia da morte da ex-nora, a Rainha reage com frieza.

A comoção pública jamais vista na Inglaterra impressionou a Família Real, que ainda não sabia se voltava a Londres para se manifestar sobre a morte da princesa ou se ficava em Balmoral. O povo cobrava uma resposta da Rainha, e as homenagens em frente ao Palácio de Buckingham só aumentavam.

Por outro lado, o recém-eleito Primeiro-Ministro Tony Blair faz uma declaração pública onde lamenta a morte de Diana, a quem se referiu como "A Princesa do Povo", como ela ficaria conhecida. Enquanto a popularidade de Blair aumentava, a da Rainha diminuía, e Elizabeth então passa a contar com os conselhos de Blair para conseguir recuperar o respeito e a admiração de seus súditos.

O filme mostra a história já conhecida da comoção pública pela morte de Diana, mas nos permite ver por dentro da Monarquia as reações e os verdadeiros sentimentos de cada membro da Família Real a respeito de Diana. A Rainha, conhecida por sua postura firme e fria, é retratada no filme como uma pessoa em uma "crise de valores", indecisa se mantém seu senso de dever na frente dos sentimentos ou se cede à pressão popular e se mostra condolente à morte de Diana.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             A interpretação impressionante de Helen Mirren a rendeu um Oscar de Melhor Atriz, além de muitos outros prêmios.

Trailer:

The Queen

Direção: Stephen Frears

Roteiro: Peter Morgan

Elenco: Helen Mirren, Michael Sheen, Helen McCrory e James Cromwell

Recomendo? Sim

Nota: 4,5/5

Mais Estranho que a Ficção (Stranger Than Fiction, 2006)

O filme conta a história de Harold Crick (Will Ferrell) , um homem metódico que tem sua vida toda controlada por um relógio de pulso. Seu emprego de auditor da Receita Federal não o agrada, muito menos às pessoas de quem Harold está sempre cobrando impostos atrasados, como a confeiteira Ana Pascal (Maggie Gyllenhaal). Em uma certa manhã, enquanto Harold escova os dentes, controlando o número de escovadas que dá de cima pra baixo e de um lado pro outro, uma voz (Emma Thompson) começa a narrar sua rotina. Depois de procurar uma psiquiatra (Linda Hunt) que diz que Harold tem esquizofrenia, ele procura o professor de literatura Jules Hilbert (Dustin Hoffman), que consegue reconhecer traços literários no que Harold o contou.

À medida que Harold, ainda ouvindo a misteriosa voz narrando seu dia-a-dia, cobra os impostos de Ana Pascal, os dois acabam se apaixonando, e a inadimplência da moça acaba sendo esquecida. Em uma visita a Jules, Harold escuta na televisão de Jules a voz que o persegue, e descobre que é da autora Karen Eiffel, famosa por matar seus protagonistas.

Karen está passando por uma fase de bloqueio criativo, e, auxiliada por Penny Escher (Queen Latifah), tenta escrever a história de Harold de uma forma diferente de seu padrão. Harold procura Karen para tentar convencê-la a parar de escrever sua história, e o choque de descobrir que a história que está escrevendo é sobre uma pessoa real faz Karen repensar se é realmente necessário escrever sempre o mesmo fim para os personagens de seus livros.

Durante o filme vamos percebendo que Harold, depois de perceber que sua vida já tem um destino certo, começa a viver sua vida com mais intensidade, sem se preocupar com as consequências. O filme foge do clichê da "doença terminal que delimita a vida do protagonista em um mês fazendo com que ele comece a agir como se não houvesse amanhã", mas mostra um homem que descobre o quanto a vida vale a pena ser vivida. Harold é retratado como uma pessoa que só sabia viver sob regras, mas que começa a descobrir que a vida é muito mais do que contar as escovadas nos dentes ou os passos até o ponto de ônibus. 

Pela originalidade da história, o roteirista Zach Helm venceu o National Board of Review Award de Melhor Roteiro. Will Ferrell foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator em um filme de comédia.

                          Trailer:

Stranger than Fiction
Direção: Marc Forster
Roteiro: Zach Helm
Elenco: Will Ferrell, Emma Thompson, Maggie Gyllenhaal, Dustin Hoffman, Queen Latifah e Linda Hunt

Recomendo? Sim

Nota: 4/5